“É um absurdo que a cidade mais importante e rica do Brasil tenha um percentual de coleta seletiva de lixo e reciclagem tão ínfimo. Isso se deve a um modelo de gestão baseado na ideia de tratar os resíduos como mercadoria, como um campo de produção de negócios, em que o mais importante é que as empresas que trabalham com lixo ganhem dinheiro. Se tiver reciclagem, terá menos lixo e menor será o lucro das empresas”, disse Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.

sábado, 15 de outubro de 2011

PLÁSTICOS QUE POLUEM OS OCEANOS

Créditos das fotos: © Brian Snyder / Reuters / Reuters

A maioria das partículas que poluem os oceanos vem da lavagem de roupas sintéticas.

Mais de 240 milhões de toneladas de plástico são produzidas a cada ano no mundo. Uma pequena parte é encontrada nos oceanos em pequenos fragmentos cujo tamanho não excede 1 mm. Eles flutuam na superfície da água ou ficam presos nos sedimentos. Esta poluição tem ocorrido desde os anos 1960, e se amplia cadas vez mais. No ano passado, uma equipe de cientistas europeus estimou que havia cerca de 500 toneladas de plásticos na região do Mediterrâneo, incluindo muitas micropartículas. Os laboratórios da ONU e ao redor do mundo assumiram o caso.

Uma equipe liderada por Richard Thompson, da Universidade de Plymouth (Inglaterra), acaba de fazer uma descoberta inesperada: quase 80% das partículas retidas nos sedimentos são pedaços de fibras sintéticas da indústria têxtil. Em amostras de 18 locais do litoral em seis continentes, encontraram o poliéster (56%), acrílica (23%), polipropileno (7%), polietileno (6%) e fibras de poliamida ( 3%). Em outras palavras, lavando suas roupas os seres humanos poluem os oceanos.Seu trabalho foi publicado online na revista Environmental Science & Technology.

O maior desejo de pesquisadores ingleses era saber o que acontecia em uma máquina de lavar. Lavando-se uma única peça e filtrando-se a água, eles levantaram uma média de 1.900 micropartículas. De acordo com seus cálculos, 100 fibras por litro são liberadas na água de lavagem. Considerando-se a população mundial pode-se imaginar a quantidade de partículas envolvidas. Estações de tratamento de esgoto não podendo conter estas partículas, elas descem os rios e terminam no mar. "Há certamente outras fontes, como têxteis sintéticos, reconhece Mark Anthony Browne, o primeiro autor do estudo, como a fragmentação de sacos de plástico ou partículas presentes em produtos de limpeza. Pesquisas ainda são necessárias, mas os fabricantes de têxteis e especialistas em equipamentos e estações de tratamento devem resolver o problema"

Os consumidores podem colaborar para resolver o problema preferindo roupas de algodão.

As micropartículas de plásticos podem, segundo ele, representar um risco para a vida marinha que pode absorvê-las. Eles podem atrair e carrear substâncias tóxicas, tais como PAHs (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos) e PCBs (bifenilas policloradas).

AUTOR: YVES MISEREY FOTO: REUTERS

FONT: LE FIGARO.FR TRADUTOR:OLDECIR MARQUES

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